A deficiência intelectual em indivíduos com síndrome de Down é consequência de privação cultural, não uma determinação genética
Quando nasce uma pessoa com trissomia do cromossomo 21, o fenótipo característico (crânio com diminuição do diâmetro ântero-posterior, pregas epicantais, falanges curtas, espaços alargados entre primeiro e segundo dedos, e outros achados) geralmente leva ao diagnóstico de Síndrome de Down. Ao momento em que o fato é comunicado aos pais, predições prognósticas pessimistas em relação ao desenvolvimento intelectual e saúde em geral são incluídas na informação oferecida.
A nossa proposição é a de que o “retardo mental moderado a severo”, geralmente incluído nas descrições médicas da síndrome não é determinado pela estrutura genética da pessoa trissômica, mas é produto da privação cultural.
Esta proposição é bem suportada por três linhas de evidência, que serão apresentadas em sequência. Primeiro, será mostrado que os indivíduos com síndrome de Down são geralmente expostos a uma educação sem significado, culturalmente vazia, que impede o desenvolvimento de processos psicológicos superiores. Segundo, será demonstrado que o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores são dependentes de um contexto culturalmente rico. Na visão de Vigotski, esses processos psicológicos representam a aquisição pelo indivíduo das ferramentas culturais. Terceiro, será mostrado que as mudanças de atitude em relação as pessoas com síndrome de Down realmente propriciam resultados antes impensáveis em seu desenvolvimento cognitivo.
Pessoas com síndrome de Down são geralmente expostas a um contexto culturalmente pobre. A síndrome de Down pode ser diagnosticada tanto no período pré-natal, como após o nascimento. Reações das mães (e também dos pais) à notícia são mais frequentemente negativas do que positivas e a aceitação da criança e o vínculo entre mãe e filho ou filha pode demorar a se estabelecer (Skotko, 2005 - DOI: 10.1542/peds.2004-0928 – http://pediatrics.aappublications.org/cgi/reprint/115/1/64)
Gil Pena
Para saber mais, acesse o Blog Disdeficiência: http://blog.disdeficiencia.net/2009/07/05/a-deficiencia-intelectual-em-individuos-com-sindrome-de-down-e-consequencia-de-privacao-cultural-nao-uma-determinacao-genetica/
Quando a pediatra veio falar comigo fiquei tão feliz e pensei que fosse ouvir palavras lindas sobre minha pequena. Ela começou o discurso: "A senhora fique sabendo que sua filha não é uma criança como as outras. Ela só vai andar com mais de três anos, vai repetir o pré muitas vezes, vai demorar pra falar..." Naquele momento não sentia meu próprio corpo, pensei que morria, mas era Deus que me levou pra longe para não ouvir aquela sentença.
Minha filha voltou para Deus com um ano e cinco meses falando mamã, papá, nenê, vovó, dando os primeiros passos e aprendendo tudo que ensinávamos...
Ouvir isso de pessoas sem conhecimentos é tolerável, mas ouvir isso de uma profissional, pediatra, está difícil de esquecer! Quem sabe um dia eu a convide pra visitar a APAE de Uberaba para que ela fique sabendo do que o Ser Humano é capaz!!!
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